terça-feira, 18 de maio de 2010

Dói-me na lembrança voltar a infância, dói-me crescer mesmo que seja pouco ou por um minuto além do dia que apagaram o melhor de mim. Mastigaram como jujuba e saborearam como chocolate as lembranças das minhas bonecas. Meninos e meninas deixam de ser um só diante das novas brincadeiras que me apresentaram. Não somos a picula, não somos o pega-pega inocente ou antigo. Somos lembranças feridas e conservadas pela dor. Somos lembranças que deveriam ser extinta, pois nos conservam o desamor. Não me ensinaram a combater fantasmas assim como não me ensinaram que não serei o fantasma da consciência do meu agressor. E mesmo isso sendo possível não terei de voltar que carrego comigo hoje, a falta do que me tiraram.

Leila Barreto

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