segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Aritmética.

"Queremos viver de novo sob a égide de um pouco de paixão, só isso. Então nos metemos a ir atrás de casinhos inconseqüentes para nos sentirmos homens e mulheres de novo, no sentido mais básico do termo. Contudo, não raro o que eram pra ser casinhos inconseqüentes se transformam em paixões sérias, devastadoras. Não há como se controlar isso, manter nossos instintos afetivos sob rédea curta. Depois de umas poucas doses de traição, estamos viciados na coisa. E lá ficamos nós, fissuradíssimos, olhando a caixa postal do celular de cinco em cinco minutos pra ver se alguém deixou recado. E ninguém deixou. E não só ninguém deixou, como a gravação que diz que não há recado parece ir ficando, a cada vez que ligamos, mais e mais irônica. É possível que, na próxima vez em que a gente ligue, acabe ouvindo algum troço do tipo, "querida(o), ele(a) não vai te ligar, esqueça".
F.Y

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