quarta-feira, 6 de maio de 2009

Minhas Crianças são nossas crianças!

Estou preparando a minha monografia e escolhi debater: "A atuação dos profissionais de um programa de assistência a Crianças e Adolescentes quanto a aplicabilidade do ECA". Estudando a história da infância percebo de fato a saída destes da condição de infelizes a infratores. Poucas pessoas conseguem olhar as situações desta maneira, porque estão corrompidas pelo sistema e pelos seus próprios interesses. No meu antigo trabalho fui por muitas vezes motivo de chacota por acreditar nessa intervenção. Estou fascinada não com a miséria e as situações assustadoras que vejo muitas crianças hoje, mas com a possibilidade de decifrar de fato os porquês e ajuda-los na garantia de seus direitos. A pratica de fato nos leva a uma aproximação fantástica. Me questiono porque querem acabar com o mundo imaginário, encantado e puro de pessoas que não tem como se defender. E por que nós sociedade civil e CIVILIZADA nos consideramos vitimas da desigualdade que de certa forma nos alimentamos. Afinal, quando precisamos agir coletivamente somos individualistas e desumanos. Outro dia uma colega minha foi assaltada e me pediu pra perguntar a um dos meus "pivetinhos" se algum deles sabiam alguma coisa. Senti vontade de dar uma surra nela não de socos ou pontapés, mas mostrei a essa pobre criatura o quanto ela estava sendo preconceituosa e desonesta consigo mesma quando afirma seguir princípios éticos.Nem todos os meninos assistidos pelo programa que faço parte estão ali porque roubaram. Muitos estão ali porque foram obrigados a ir as ruas sendo em alguns casos lançados pela situação enfrentada com seus pais ou pela ausência deles. Mas minha colega assim com muitos ignoram isso. Os donos de um bom cobertor não sabem o que é tentar dormir, com frio, medo e um grande vazio proporcionado pelas drogas, que nossos burguesinhos usam pra se divertir enquanto muitos de minhas crianças estão usando pra fugir da incerteza de um provável amanhã.

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